Cyberbullying: como impedir agressões via equipamentos escolares

"A principal dica é agir com empatia e colocar-se no lugar da criança. Como você se sentiria se estivesse no lugar dela, com a mesma idade e na mesma situação?"

Um estudo publicado pela Veja revelou que quase um quinto das crianças sofre com cyberbullyng, que são as agressões intencionais feitas pela internet com o propósito de intimidar ou humilhar. São situações de maltrato ou até ameaças que afetam diretamente o desempenho escolar e o desenvolvimento das crianças.

A pesquisa aponta que 29% das vítimas de bullying começam a evitar a escola por causa das agressões. Por isso, gestores escolares, coordenadores pedagógicos e professores devem orientar os estudantes quanto ao uso dos equipamentos escolares para impedir esse tipo de agressão dentro da escola e educar as crianças em relação à cidadania digital. As gerações que já nasceram na era da internet se conectam cada vez mais cedo ao mundo virtual. Uma pesquisa sobre os hábitos das crianças na internet indica que 45% das crianças entre 5 a 9 anos usam a internet para pesquisas escolares e 21% dos pais não monitora o que seus filhos fazem na web.

A segurança das crianças na web é papel tanto dos pais, quanto dos professores, no âmbito escolar essa responsabilidade se estende também ao coordenador pedagógico e gestor escolar. Além de garantir o uso adequado dos equipamentos escolares é preciso ter dispositivos para evitar o uso excessivo, monitorar a navegação dos pequenos e orientar constantemente.

Com essa preocupação, recentemente foi lançado um buscador voltado para crianças, o Kiddle, um sistema de buscas com um algoritmo, que seleciona conteúdos próprios para o público infantil. As buscas em português ainda são um pouco limitadas, mas essa tendência de segmentação está em alta, um exemplo é o YouTube que lançou um app voltado só para crianças, com foco na navegação mais segura.
 

Como identificar os sinais de cyberbullying


Certamente, você já ouviu a expressão: "brincadeira tem limite" e cabe aos profissionais que atuam no ambiente escolar distinguir o limite entre a brincadeira e a agressão. A principal dica é agir com empatia e colocar-se no lugar da criança. Como você se sentiria se estivesse no lugar dela, com a mesma idade e na mesma situação?

A escola deve combater as agressões e aproveitar o debate para ensinar sobre respeito às diferenças, solidariedade, generosidade, etc. Portanto, quando uma criança muda muito o seu comportamento, torna-se mais quieta, introspectiva, evita as atividades em grupo ou torna-se até mais agressiva, é preciso identificar a causa.

Muitas vezes, o motivo pode ser o cyberbullying, inclusive praticado via equipamentos escolares e com implicações jurídicas para a instituição de ensino. A escola deve estabelecer regras para uso da internet nos equipamentos escolares e os professores precisam cuidar para que estas sejam cumpridas.

Importante ensinar as crianças desde muito cedo que existe uma classificação indicativa, que determina a faixa etária mínima para determinadas programações ou atividades. Desenhos, filmes, programas de TV, apresentações teatrais, jogos ou qualquer outro conteúdo devem ser escolhidos de acordo com a idade da criança, para que ela entenda com mais facilidade e a atividade resulte em aprendizado.
 

Como escolher equipamentos escolares mais seguros


Geralmente, as escolas disponibilizam computadores ou tablets aos alunos. Embora o objetivo seja usar a internet ou aplicativos com conteúdos pedagógicos, nesses dispositivos também circulam vários outros assuntos que podem dispersar o foco das crianças.

Uma alternativa segura é escolher equipamentos escolares desenvolvidos especialmente para o aprendizado, como a mesa digital. Ela possui um sistema operacional próprio que controla todo o conteúdo dos aplicativos, não permitindo a instalação de jogos que não foram desenvolvidos especificamente para o trabalho escolar.

O conteúdo dos aplicativos é fundamentado nas diretrizes curriculares do MEC e passa pela chancela de vários profissionais de educação, sendo totalmente livres de qualquer apologia à violência, drogas e sexo. Além disso, a mesa digital garante a segurança do uso em relação a uma possível invasão de vírus ou outros usos mal intencionados que podem danificar o equipamento ou os aplicativos.

A sua escola já identificou algum caso de cyberbullying praticado nos equipamentos escolares?
Compartilhe conosco as medidas que foram tomadas.  

Cristiano Sieves

Especialista em Ludopedagogia

Especialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.