Jogos eletrônicos: aliados ou não do desenvolvimento infantil?
"O desenvolvimento da autonomia, da moralidade, da atenção, da intelectualidade e da socialização pode ser favorecido pela prática de jogos eletrônicos, virtuais e games"
Falamos muito sobre como a educação precisa, desde cedo, fomentar a capacidade de criação das crianças. Afinal, o mundo tem mudado rápido e a única certeza é que quando eles entrarem no mercado de trabalho muitas coisas serão diferentes de como são hoje. Portanto, será necessário encontrar respostas e soluções que nós não fomos capazes de dar.
Neste cenário, é preciso estimulá-las a desenvolverem ainda mais habilidades. Como? Promovendo um ambiente com recursos que estimulem a imaginação e as fantasias próprias da infância: brinquedos, brincadeiras, jogos, livros, música, tecnologia.
Entretanto, existe o debate “jogos eletrônicos ou de videogame são vilões ou aliados do desenvolvimento infantil?”.
É fato que cada vez mais crianças pequenas têm se interessado por jogos e brincadeiras disponíveis em videogames, tablets e smartphones, o que desencadeia preocupações e questionamentos por parte de professores, educadores, pais e pesquisadores. A criança tem contato constante com a tecnologia e os jogos, principalmente os eletrônicos, têm enorme responsabilidade na forma como elas enxergam o mundo e se desenvolvem.
Estudos, como o de Rosseti para a USP (Universidade de São Paulo), apontam que o desenvolvimento da autonomia, da moralidade, da atenção, da intelectualidade e da socialização pode ser favorecido pela prática de jogos eletrônicos, virtuais e games.
Outras análises, como a feita por Rivero e divulgada na revista de Neuropsicologia Latinoamericana, sinalizam que os jogos eletrônicos e os videogames podem favorecer a socialização, atenção, concentração, imaginação, criatividade, equilíbrio e persistência, habilidades necessárias para este futuro desconhecido.
Vê-se que os jogos eletrônicos são, portanto, uma porta de entrada para o desenvolvimento infantil. Mesmo as crianças pequenas com habilidades motoras finas limitadas podem expressar sua criatividade e ganhar autoestima em um jogo virtual.
Ao oferecer algo envolvente, interessante e informativo com elementos que fascinam a criança, os jogos se tornam facilitadores da aprendizagem em contextos educativos, permitindo não só a prática de conteúdos formais, como também o desenvolvimento da criança.
Um exemplo é o jogo DESENHO LIVRE, da Playtable. Nele, os pequenos criam desenhos incríveis com diversas ferramentas interativas e uma aquarela com cores e texturas reais. Além do toque dos dedos, é possível utilizar objetos para pintar, como pincéis e canetas com pontas de feltro. Assim, as crianças podem, desde os três anos de idade, trabalhar com grafismo, cores e formas enquanto desenvolvem criatividade, experimentação e a coordenação motora fina.
Já o Aventura Pirata, estimula o planejamento de estratégias e resolução de problemas, auxiliando no desenvolvimento cerebral relacionado às habilidades criativas, à tomada de decisão e à antecipação de consequências.
Os jogos eletrônicos possuem diversas outras vantagens, como aprimorar a coordenação motora, ensinar a lidar com sentimentos (como a raiva, a frustração e o estresse), motivar por meio da competição, agregar gosto por desafios, aumentar a curiosidade etc.
Outra vantagem das brincadeiras com eletrônicos refere-se à socialização, principalmente quando se trata de jogos online ou ferramentas como a Playtable, em que as crianças podem interagir mais, aprendendo a lidar com as características e diferenças individuais.
Cristiano Sieves
Especialista em LudopedagogiaEspecialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.