Ludopedagogia na educação inclusiva: como brincar e integrar para aprender
"O professor deve ter ciência que alunos com deficiência são capazes de estudar e realizar tarefas, ou seja, podem realizar, com competência, quase tudo o que é proposto"
A ludicidade tem papel importante na educação e na socialização de crianças com necessidades especiais, mas existe um grande desafio em definir quais as melhores formas de incluir essas pessoas na dinâmica da sala de aula. Isso porque usar ludopedagogia na educação inclusiva demanda que os jogos e brincadeiras sejam sugeridos de modo a permitir a interação entre todas as crianças.
Para realizar esse tipo de atividade, o professor deve ter ciência que alunos com deficiência são capazes de estudar e realizar tarefas, ou seja, podem realizar, com competência, quase tudo o que é proposto em uma escola e isso tem que ficar claro para ele e para seus colegas.
Neste post, elencamos algumas dicas propostas pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação. O segredo é apostar em adaptações metodológicas.
Por exemplo, se alguns dos alunos têm deficiência na fala, o professor deve propor alguma brincadeira que use comunicação gestual (a boa e velha mímica) ou estratégias de comunicação alternativa. Colegas e professores devem se esforçar para compreendê-lo sem ridicularizar sua dificildade e se, em último caso, houver constrangimento e o aluno não quiser participar de uma atividade em que as pessoas precisam falar, deve-se respeitá-lo.
No caso de crianças com deficiência físicas, é importante que sejam eliminadas as barreiras arquitetônicas e que o espaço de aula seja acessível ou com o mínimo de limitações possível.
Em caso de deficiência mental ou visual, é interessante propor jogos e exercícios que possam ser feitos em duplas. Por exemplo: um texto de 30 a 60 linhas pode ser lido por toda a classe, e as palavras desconhecidas são elencadas na lousa para serem pesquisadas posteriormente no dicionário.
O trabalho de pesquisa será dividido por duplas que serão formadas por todos os estudantes (com ou sem deficiência). Desse modo, as crianças aprendem a colaborar umas com as outras e enriquecem o vocabulário.
Uma observação importante sobre ludopedagogia na educação inclusiva: se os jogos em dupla forem recorrentes, o professor deve ter sensibilidade para evitar que o aluno com deficiência faça dupla sempre com o mesmo colega.
Estudos relacionados à pedagogia e à psicologia infantil comprovam que a ausência de brincadeiras nos ambientes familiar, escolar e social pode afetar a capacidade de aprendizagem em crianças com ou sem deficiência.
Por isso, ao investir em atividades lúdicas e integradoras, os professores e os pais estimulam a autoconfiança e auto estima das crianças com ou sem necessidades especiais, e aumentam a possibilidade de elas serem adultos bem-sucedidos.
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Cristiano Sieves
Especialista em LudopedagogiaEspecialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.