Case de inclusão: parque para deficientes promove integração

A inclusão é um tema muito recorrente aqui no blog, afinal, ainda temos muito o que avançar para que a educação brasileira seja realmente inclusiva. Para que isso aconteça efetivamente, é fundamental oferecer ambientes adaptados para as necessidades das crianças, como parque para deficientes, briquedotecas adaptadas e salas multifuncionais, no caso das instituições de ensino.

Dados divulgados pelo Portal Brasil apontam um salto de 381% no número de deficientes matriculados nas escolas de educação básica nos últimos doze anos. Em 2013, eram 29% deficientes cursando a educação básica, já em 2014 esse índice subiu para 79%, refletindo uma mudança de paradigma.

No entanto, a acessibilidade não pode ficar só dentro de sala de aula, é preciso alcançar outros espaços, como: shoppings, restaurantes, bibliotecas, museus e áreas de lazer. Um exemplo é o parque para deficientes, com brinquedos adaptados que proporcionem a integração entre as crianças.  
 

Parque para deficientes: o que diz a lei


Há pouco mais de dois meses, foi aprovada a Lei nº 16.387, que determina a oferta de brinquedos adaptados para o uso de crianças com deficiência em parques e áreas de lazer infantil na cidade de São Paulo.

A determinação de viabilizar um parque para deficientes é válida para espaços públicos e privados, que deverão instalar brinquedos que atendam às normas de segurança do Inmetro. A criação de parque para deficientes também já começa a virar realidade em outras cidades, como Florianópolis e Curitiba, que atentaram para a Lei Federal nº 10.098, que obriga os parques de diversões a adaptar no mínimo 5% de cada brinquedo para crianças com deficiências ou mobilidade reduzida.

A coordenadora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência de Florianópolis, Fernanda Baggio Gasperin, destaca que alguns brinquedos são inclusivos, como o gira-gira, onde os cadeirantes podem brincar e interagir com outras crianças.
 

Case Anna Laura Parques para Todos


O casal Rodolfo Henrique e Cláudia Fischer perdeu a filha Anna Laura, aos 3 anos, vítima de um acidente de trânsito e para homenageá-la eles criaram o projeto "Anna Laura Parques para Todos". O objetivo é promover a acessibilidade de crianças com deficiência, por meio de espaços para o lazer que estimulem a convivência entre crianças com ou sem deficiência. A ideia de criar o parque para deficientes surgiu durante uma viagem ao exterior e o primeiro parque 100% acessível foi criado numa unidade da AACD.

Depois, o projeto se estendeu para outros espaços. Os parques do projeto "Anna Laura Parques para Todos" são equipados com treze tipos de brinquedos, os painéis: xilofone, ábaco e pictograma, espelho deformante e caleidoscópio, além de balanço para cadeira de rodas, balanço duplo, banco gafanhoto com bola, trepa-trepa, girassol sobre molas, mesa de areia, cama elástica e escorregador para cadeirante. Confira uma reportagem do Jornal da Gazeta sobre o parque para deficientes.


 

As tecnologias assistivas em espaços públicos e privados

Os espaços para recreação infantil, que ficam em ambientes fechados, como shoppings, restaurantes, clubes, museus, brinquedotecas, entre outros, também devem se adequar à legislação. A tecnologia assistiva é a área do conhecimento que promove recursos, metodologias, estratégias, práticas e produtos com o propósito de ampliar a participação de pessoas com deficiência, visando sua autonomia, independência e qualidade de vida.

Faça o download do e-book Os desafios da Educação Inclusiva e confira alguns exemplos práticos.

Você conhece algum outro case de parque para deficientes?
Compartilhe conosco nos comentários deste post ou conte a sua história de inclusão social.

Cristiano Sieves

Especialista em Ludopedagogia

Especialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.