Escolas Públicas gaúchas adotam recursos lúdicos e tecnológicos para reforçar aprendizagem
"Ferramentas interativas deixam aulas mais dinâmicas para os estudantes "
De acordo com Jean Piaget, brincar é o mais completo dos processos educativos, pois influencia a parte intelectual, emocional e corporal das crianças. Sabendo disso, municípios do Rio Grande do Sul estão se aproximando cada vez mais desta linguagem para transmitir conteúdos escolares da forma mais significativa e eficaz. E usando a tecnologia para isso.
Em Farroupilha, na Serra Gaúcha, o Centro de Formação para professores e alunos acaba de ser modernizado. O local foi equipado com várias unidades da plataforma PlayTable, mesa interativa com jogos educativos desenvolvidos por especialistas e alinhados à Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Os docentes receberam capacitação presencial para explorar todo o potencial da tecnologia e criar planos de aula cada vez mais interessantes que irão fortalecer as estratégias de ensino.
Divulgação: Centro de Formação em Farroupilha (RS)
A PlayTable está alinhada aos componentes curriculares da Base e é uma das tecnologias educacionais reconhecidas pela Plataforma Edutec do CIEB. Os conteúdos alcançam grandes resultados, principalmente durante o processo de alfabetização, trabalhando os componentes de Língua Portuguesa, Matemática, História, Artes, Ciências, Idiomas, além de habilidades e competências, como coordenação motora, raciocínio lógico, tomada de decisão e pensamento computacional.
Algumas Escolas Públicas de Educação Infantil também receberam unidades da plataforma, que se diferencia pela acessibilidade e inclusão de crianças com deficiência ou transtornos de aprendizagem, sendo importante instrumento na Educação Especial. Também se comprova um excelente recurso para a transição entre Educação Infantil e Ensino Fundamental. De acordo com notícia publicada no site da Prefeitura Municipal de Farroupilha, as novidades foram validadas:
“As mesas de jogos estão sendo aceitas com muito carinho e apreço pelas crianças. Elas já entendem que a ferramenta gera aperfeiçoamento nos pensamentos e aprendizados que recebem dentro da sala de aula. O trabalho em equipe também é um ponto em destaque, pois as atividades podem ser realizadas por mais de uma criança. A paciência para lidar com os desafios também é instigada por meio das PlayTables.”
Divulgação: entrega nas Emeis em Farroupilha (RS)
As cidades de Carazinho e Lagoa Vermelha, também no Rio Grande do Sul, adotaram a mesma tecnologia em 2019 e já tiveram grandes resultados no engajamento e no desenvolvimento dos alunos. Professores e gestores receberam uma formação presencial sobre a tecnologia e o brincar em sala de aula, conforme orientam as diretrizes da BNCC.
Este é o ano em que os novos currículos escolares, construídos de acordo com a Base, devem entrar em vigor. O documento estabelece as competências e habilidades que precisam ser desenvolvidas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio para a educação no país. Foi elaborado por uma comissão de especialistas e recebeu mais de 12 milhões de contribuições para a sua construção. E na prática, o que muda?
Tecnologia: recursos digitais deixam de ser um complemento e passam a ser elementos estruturantes da educação. Ou seja, um eixo sobre o qual os professores desenvolvem seus planos de aula. De acordo com a BNCC, o objetivo desta competência é:
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.” (BRASIL, 2017)
Divulgação: formação de docentes em Carazinho (RS)
Divulgação: formação de docentes em Lagoa Vermelha (RS)
Elemento Lúdico: o brincar também não deve mais ser considerado como um “tempo ou espaço” separado do cotidiano na escola. Ao contrário, a brincadeira deve ser um meio para facilitar todos os tipos de interação na sala de aula e na aprendizagem em si. Ou seja, o professor deve propiciar ambientes para que a criança aprenda brincando:
“A Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar o seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-lo em seu cotidiano.” (BRASIL, 2017)
Inclusão Escolar: o acesso à educação regular é garantido a todos por meio da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, que diz que todas as pessoas têm o direito a um sistema educacional para alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
Além da estrutura física acessível, todos os aplicativos da PlayTable são cuidadosamente avaliados por uma equipe multidisciplinar, antes do lançamento. Os profissionais fazem uma observação do uso do aplicativo por crianças, ajustando a nivelação dos desafios dentro de cada objetivo.
Cristiano Sieves
Especialista em LudopedagogiaEspecialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.