Série Coronavírus | Quarentena: ficar longe da escola é prejudicial?

"Trouxemos algumas informações sobre como o MEC está flexibilizando o calendário letivo com ensino à distância e como diferentes regiões encontraram alternativas para continuar a ponte entre professores e alunos."

Ninguém sabe por quanto tempo as crianças ainda ficarão em casa e uma das preocupações é sobre a continuidade do ano escolar, tanto pela questão do conteúdo programado, quanto da reorganização do calendário. Será que mães, pais e cuidadores devem aplicar as atividades das apostilas em casa? Os professores vão enviar tarefas e provas para fazer online? Mais tarde, as férias serão reduzidas?

O primeiro passo é entender que o planejamento anual das escolas foi pensado por uma equipe multidisciplinar de profissionais, a partir de critérios pedagógicos e diretrizes curriculares. As instituições estão se preparando para atravessar este momento e encontrar alternativas para não prejudicar professores e alunos, respeitando o contexto de cada localidade. As escolas certamente terão ferramentas e métodos de adaptação para recuperar este intervalo, como a PlayTable, que potencializa a aprendizagem dentro da escola.

Qual o papel das famílias?

A mediação do processo de ensino-aprendizagem exige conhecimento e planejamento, portanto, a elaboração de atividades pedagógicas não deverá ser sua principal preocupação nesse momento. Por outro lado, oferecer atividades educativas e diversificadas, com tecnologia e sem tecnologia, são ótimas formas de manter as crianças ocupadas e aprendendo. Em resumo: crie um ambiente saudável para as crianças. Elas continuarão desenvolvendo habilidades importantes que serão fundamentais para a sequência do ano.

O que as famílias também podem e devem fazer é dar todo o suporte e apoio na construção do regime que será implantado na sua escola, pois o Ministério da Educação já informou que as redes de ensino têm autonomia para se organizar de acordo com as necessidades e possibilidades de cada região do país.


Imagem: Freepik

Como ficará o calendário escolar?

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação determina a realização de 200 dias letivos e carga horária de 800 horas ao ano. Na primeira quinzena de março, o MEC (Ministério da Educação) recomendou a antecipação das férias escolares. Depois, admitiu que deve flexibilizar o calendário por causa do Coronavírus e liberou substituição das aulas presenciais por ensino à distância por 30 dias. As aulas remotas serão contabilizadas como dias letivos, sem precisar antecipar ou reduzir as férias futuramente. 

Alternativas e oportunidades

Em São Paulo, região do país mais afetada pelo Coronavírus no país, estudantes da rede estadual terão acesso às aulas por um aplicativo inédito de internet gratuita. De acordo com o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, em entrevista ao portal G1, a maioria das famílias possuem celular mas não têm acesso à conexão, por isso a alternativa seria ideal durante o recesso.

 “O aplicativo já está desenvolvido, conteúdo nós conseguimos gerar, temos professores maravilhosos. Seria um grupo de professores especialistas dentro das áreas de conhecimentos dentro dos componentes curriculares que estariam fazendo as aulas e orientações ao vivo para todos os alunos, de todos os anos, todas as séries.”

Em Goiás, 97% das escolas também aderiram ao regime não presencial, segundo a Secretaria de Estado da Educação, incluindo as unidades da zona rural. Os municípios que não têm acesso à internet providenciaram conteúdos didáticos e listas de atividades. Algumas escolas, por exemplo, enviam materiais impressos (além de alimentação) para as famílias retirarem em farmácias e supermercados. 

De acordo com a Secretaria de Educação de Goiás, o momento também está trazendo boas experiências e aprendizagens para a administração pública.

“Isso vai ser uma oportunidade para nós. É transformar a crise em oportunidade, aprender com isso e chegar aonde jamais pensamos que chegaríamos”.

Por isso, podemos ficar tranquilos enquanto ainda não sabemos ao certo por quanto tempo o isolamento social por conta do Coronavírus irá durar. Deixar as crianças longe da escola não é necessariamente prejudicial, mesmo durante um período maior - visto que elas já ficam praticamente dois meses sem aulas durante as férias de fim de ano.

O que importa mesmo é criar um ambiente saudável e recreativo em casa. Por isso, nos próximos posts, vamos trazer algumas dicas essenciais para esta quarentena, como a importância de organizar o dia-a-dia das crianças e manter uma rotina, além de exemplos de jogos e atividades para todo mundo entrar na brincadeira com leveza.

Fique atento aos próximos conteúdos!

Cristiano Sieves

Especialista em Ludopedagogia

Especialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.