Salas multifuncionais: estruturas acessíveis e inclusivas nas escolas

A sua escola está preparada para receber crianças com deficiência? Devido às suas limitações, estas crianças podem enfrentar mais dificuldades de aprendizado. As salas multifuncionais foram pensadas para atender este público, com recursos que visam complementar a formação escolar e não mais substituir o ensino regular.

O gestor escolar é responsável por implantar espaços multifuncionais que promovam a inclusão de alunos com deficiência. Para ajudá-lo nesta tarefa, o Blog Aprender Brincando conversou com a professora Cirlene da Silva Amado, que faz o Atendimento Educacional Especializado, na Escola Municipal Adelaide Starke, de Blumenau, em Santa Catarina. A escola é referência na sua região, o Vale do Itajaí, onde atende cerca de 30 crianças e adolescentes do Ensino Fundamental, com diferentes deficiências. Lá são utilizados vários recursos para salas multifuncionais, alguns mais tradicionais e outros inovadores, todos voltados para o desenvolvimento motor, cognitivo, emocional, social e até curricular.
 

Saiba como funcionam as salas multifuncionais

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é feito nas salas multifuncionais, um espaço destinado à educação especial, feita no turno contrário ao das aulas regulares. Professores especializados planejam aulas voltadas ao tipo de deficiência do aluno, como braile, mobilidade e acessibilidade à ferramentas tecnológicas.

Com uma didática especial as crianças aprendem a romper as barreiras encontradas no cotidiano, tornando-se mais preparadas crescer com mais autonomia e se tornarem adultos mais independentes, apesar de suas limitações.

O ideal é que as salas multifuncionais sejam preparadas tanto para o atendimento individual quanto em grupo, a separação pode ser feita por cortinas, biombos ou divisórias. A Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação, publicou um Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas, onde sugere que o piso e as paredes tenham cores contrastantes e as mesas sejam numa altura adequada para cadeirantes ou crianças com baixa estatura.

Outra dica é criar um espaço com tapete, almofadas e espelho, sempre procurando deixar todos os objetos ao alcance das crianças, ou seja, com prateleiras e gaveteiros mais baixos e com espaço para manobras de uma cadeira de rodas, por exemplo.

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A tecnologia assistiva nas salas multifuncionais

Segundo o Comitê de Ajudas Técnicas, a tecnologia assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência e qualidade de vida e inclusão social.

Talvez você esteja se perguntando: como equipar salas multifuncionais com poucos recursos financeiros?  Aí vale lembrar que o termo tecnologia assistiva, também inclui medidas simples, como usar fita crepe nos cantos da folha para facilitar a atividade de crianças com deficiência motora. Portanto, o gestor escolar deve se preocupar em montar salas multifuncionais que atendam diferentes tipos de necessidades. Pesquise alternativas que sejam inclusivas.

A professora Cirlene conta que usa a PlayTable, um recurso bem completo para atender crianças com diferentes necessidades. Ela descreve que uma criança com paralisia cerebral que não consegue fazer o movimento de pinça com as mãos não conseguirá usar um mouse ou teclado, mas consegue fazer os movimentos necessários para usar uma mesa digital.

Este mesmo recurso tecnológico emite sons para estimular deficientes visuais, é adaptado para surdos e também desperta o interesse de autistas e portadores de síndrome de down, ou seja, é uma alternativa bem completa para compor salas multifuncionais.

Vídeo: Veja como a Secretaria de Educação de Florianópolis utiliza a tecnologia para atendimento educacional especializado (AEE).

Quanto mais inclusivas forem as estruturas das salas multifuncionais, mais acessíveis elas serão.
Como são as salas multifuncionais na sua escola? Compartilhe a sua experiência conosco.

Cristiano Sieves

Especialista em Ludopedagogia

Especialista em Ludopedagogia para Educação Infantil e anos iniciais e autor de livros infantis, tem mais de 10 anos de experiência desenvolvendo jogos e games na área de Educação. Atualmente é Gerente de Marketing e Produtos na Playmove.